“Todos os setores estão passando por disrupções e os mercados estão se movimentando. E com os combustíveis não é diferente.” A afirmação é do presidente do Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, ao abrir mais uma edição do evento “Junto com o revendedor”, realizado de forma virtual, na tarde desta quinta-feira (28). Conforme o dirigente sindical, os revendedores de combustíveis não ficarão ilesos ou passarão de forma imune a todas as mudanças econômicas mundiais que estão ocorrendo como consequência da pandemia.
O especialista em Óleo, Gás e Energia, Marcelo Gauto, destacou o crash de 2020, em que o barril de petróleo chegou a ter preços negativos. “É a primeira vez, na história da indústria de óleo e gás, do mercado americano, que isso acontece com contratos futuros, demonstrando o quão impactante foi a pandemia de Covid-19, o que tem reverberado ainda hoje”, salientou.
Ele também falou sobre a maior demanda por petróleo no mercado mundial. Em 2019, eram produzidos 94,9 milhões de barris de petróleo por dia. Com a chegada da pandemia, esta média caiu para 88,3 milhões de barris diários, sendo que em alguns meses essa redução caiu até 20 milhões. “Por isso que o preço do barril, hoje, está batendo os US$ 85, pois aquela produção lá de trás ainda está represada”, explicou.
Segundo Gauto, será necessária uma produção de 400 mil barris de petróleo por dia para se ter novamente 6 milhões de barris no mercado, o que precisaria mais de um ano. “O mercado está estressado por causa disso”, acrescentou.
O evento contou ainda com uma visão tributária sobre os combustíveis, apresentada pelo consultor contábil e fiscal do Sulpetro, Celso Arruda. “Há uma Reforma Tributária tramitando no Congresso Nacional. Mas se antes não houver uma Reforma Administrativa, reduzindo o tamanho do Estado, de nada adiantará”, lamentou Arruda.
O encontro, transmitido via canal do Sulpetro no YouTube, tem patrocínio de Linx, do Instituto Combustível Legal e da Sulgás.