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Sulpetro alerta para semestre de crise

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A revenda de combustíveis passou o segundo semestre de 2017 em extrema dificuldade, diante da nova política de preços implantada pela Petrobras, que segue as tendências dos preços no mercado internacional, alterando quase que diariamente os preços da gasolina e do diesel. A crise no setor varejista de combustíveis foi agravada nos últimos meses, no caso da gasolina, com o período de entressafra do etanol anidro, importante componente (27%) deste produto.

Entre 4 de julho e 23 de dezembro deste ano, foram feitos 114 reajustes nos preços da gasolina e 117 nos do diesel, tornando impraticável, pelos postos revendedores, o repasse automático desses reajustes aos consumidores. Nesse mesmo período, o preço da gasolina A, na Petrobras, aumentou 25,3% e o etanol anidro, 28%, refletindo no custo da gasolina automotiva em quase 26% (mistura de 73% da gasolina pura com 27% de anidro).

O fato é que é a revenda que tem sofrido as maiores consequências, pois ficou sem referência de preços. O controle de estoque ficou bem mais complicado, isso porque o preço pago pela revenda é o do dia da entrega. O pedido do produto (combustível) em um dia pode ser um preço, quando o carregamento chegar ao destino (posto), o preço pode ser outro.

O drama hoje vivido pela revenda de combustíveis é o de receber sempre o produto reajustado pelas companhias distribuidoras, não conseguindo, pelas características do mercado extremamente competitivo, de repassar na bomba estas mesmas variações, sacrificando suas margens mínimas de sobrevivência para a cobertura de seus custos com aluguéis, funcionários, taxas de cartão-crédito, energia, entre outros.

E a partir de 1º de janeiro de 2018, para efeito de tributação do ICMS-ST, o litro da gasolina passa dos atuais R$ 4,2594 para R$ 4,3033.

Por outro lado, é difícil, ao consumidor compreender e aceitar estas mesmas variações nos preços dos combustíveis, se a inflação, neste mesmo período, foi pouco superior a 1%, ficando todo o ônus sob a responsabilidade do varejo (postos de combustível), último elo da cadeia do mercado de combustíveis.

O Sulpetro sente-se no dever de esclarecer aos consumidores a situação de seus associados, bem como alertar as autoridades para os problemas vivenciados pela revenda de combustíveis do RS.